Chove a potes

Ontem dia de emoções, que por sua vez deu origem a uma carrada de pensamentos inúteis, que não sabem fazer mais nada senão tropeçarem uns nos outros e saudades estúpidas não sem bem de quê, presentes precisamente no dia de hoje, 3 de Janeiro de 2008 (ok, já é dia 4 mas para mim continua a ser 3) dia de anos do meu Pai que supostamente devia ser vivido em condições e não foi. Diz também que o meu Tio foi embora las pos quintos das Guinés e já começo a sentir-me privada da sua barba por fazer aos fins-de-semana... Feitas as contas, uma cama de Hotel, um portátil e uma temporada de OC pa ver. E é isto. Aguardo atenciosamente que a chuva passe e que leve de arrasto alguns bocados de alma que ainda estão meio contaminados...

PS.: Acho que vou ter de plagiar esse teu textozinho fantástico...

"Sempre me pareceu que tudo o que existe à minha volta tem vários níveis de entendimento. Há momentos grandes disfarçados de pequenos, gente pequena mascarada de grande. Confunde-se timidez com antipatia, rotina por vulgaridade, o afecto por interesse, a alegria como uma tolice. É um mundo misterioso este. A maior parte do tempo corre-se atrás de coisas sem importância e procura-se preencher o vazio que há em todos nós com as mais variadas inutilidades. Passamos ao lado dos pormenores mais insignificantes: os vidros embaciados, as mãos enrugadas pela água quente, o murmúrio nocturno das grandes cidades. Ligamos a televisão e viramos canais à procura de qualquer coisa. No entanto aquilo que nos acalma e nos eleva está mesmo aqui à nossa volta. Invisível e inclassificável habita por baixo da camada de ruído permanente que nos envolve. E atrás de todo esse som há uma luz. E atrás desse muro há uma festa!"

[David Fonseca]

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