Muitos identificam-se comigo quando digo que dormir, só no escurinho. Pois que sim. O mínimo feixe de luz incomoda-me e faz-me praguejar qual miúda do exorcista. Mas depois uma pessoa acorda e vê coisas... isto para dizer que é mais ou menos o que acontece na transição para a vida adulta. Estamos confortáveis e tal, no escurinho, resmungamos quando se abre a persiana (sim, persiana! Metam o estore no #$!), e depois, levamos com aquela luz toda no focinho e acabamos por ver tudo claramente. Ok, ainda temos aquelas horas de descanso em que podemos fechar tudo... mas isso vai se tornando tão raro... e nem que não queiramos, vamos ter que levar com aquela maldita (ou não) luz. E ver coisas... merda para a vida adulta. Merda.
Conquista é vestires T-shirts do Harry Potter e mesmo assim teres pessoas a tratarem-te por senhora.
Já não se pode confiar nem no cérebro nem no coração. Nada fiável. Um vai-me preencher lacunas com merdas falsas, o outro é que nem um calhau... Pfff...
O estágio acabou. Eu disse que ia abrir a pestana! Abri. Nem tive tempo para me chatear com o facto de me usarem. Nada. Estive entretida a encher o bandulho com aprendizagens novas e "competições"... olhem que (tola, a presumir que alguém lê isto... voltaaa Ritaaa), por exemplo, demorar o mesmo tempo a descansar 2 sacos de batatas que a senhora que faz o jantar e cuida dos 300 irmãos desde os 10 não é p'ra todos! Para quem é filha única e tudo o que isso significa, safei-me bem. Estou orgulhosa (foi só um mês, por isso é bem possível que esteja a dizer a verdade...). Limpei, cuidei. Gostei de cuidar. Fui útil. Recebi bem (não estou a falar de dinheiro, obviamente...). Anda vida! Estou aqui de punhos cerrados! É, posso casar amanhã... à fresquinha...